terça-feira, 17 de julho de 2007

Contigo

Esta a ficar escuro e tenho mesmo que me ir embora, não posso mesmo chegar outro dia atrasada a casa. Estão a acabar-se as ideias para as minhas histórias inventadas rapidamente, para não ser necessário responder a perguntas às quais não faz sentido responder. No caminho vejo o céu em tons de vermelho, céu de verão, e penso como seria bom poder vê-lo assim todos os dias com o mesmo brilho nos olhos que vejo hoje. As pequeninas luzes que me fizeram olhar o espelho da tua alma, logo na primeira vez que nos cruzamos e o mundo pareceu ter parado ali por uns instantes apenas para nos olharmos, estas pequeninas luzes brilham agora nos meus olhos. O dia foi perfeito, apenas perfeito. Andares a meu lado simplesmente sob este céu maravilhoso, mesmo que chovesse e as cores que nos iluminaram hoje já lá não estivessem, bastava acompanhares-me passo a passo para me sentir feliz. E fazes-me feliz apenas com esses pequeninos gestos. Mesmo que nunca te possa tocar, beijar ou confessar o calor estranho que sinto quando te vejo todos os dias, na tua perfeição imaculada de quem não tem uma única preocupação na vida e é livre, com o teu olhar puro e atraente como quem não sabe a impressão que causa á sua volta ou isso não lhe interessa minimamente. És o meu mistério adorado que me prende a esta felicidade alimentada com tão pouco, mas incapaz de morrer.

E fazes-me feliz, já o percebi. Espero que esta sensação nunca mude, porque este ponto de satisfação é demasiado confortável para ser perdido. Assim tudo me parece perfeito, mesmo que não seja.

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