segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Hoje, amanhã e depois...

Tenho frio outra vez. Será que está mesmo frio ou é por não estares aqui? Onde estás? Precisava de ti hoje, amanha talvez se o tempo permitisse, e depois, e depois, e sempre depois. Podes ligar-me? Queria tanto falar contigo outra vez. Só hoje, e amanha talvez, e depois. Parece-me que estou a caminhar para um beco sem saída, vazio, e não vou saber o que fazer. Não desta vez. Não outra vez. Por favor, podes vir ter comigo? Precisava tanto de te ver, e aos teus olhos enormes e quase pretos, só hoje, e amanha talvez, e depois. Estou tão confusa, nem sei o que sinto, nem o que vejo, nem o que pode vir a acontecer, só sei que quero estar contigo hoje, e amanha talvez, e depois. E depois? O que acontece depois? Odeio pensar nisto tudo, odeio que isto me tenha consumido o dia todo, e não faz sentido nenhum. Nenhum, eu sei que não. Será que é por estares diferente? Será que é por teres o que não tinhas dantes? Ai não sei, não sei nada. Odeio não saber nada, e pensar sobre o nada o dia todo. E se o nada ficar sempre nada? O que vou fazer hoje? E amanha? E depois?! E se o nada evoluir para um amorfo de atracção com amizade e nada mais? O que vou fazer? Nada? E se evoluir ainda mais, em que situação é que isso me deixa? E será que é isso que quero mesmo? Odeio só saber que já tenho saudades tuas hoje, e vou ter ainda mais amanha, e depois. Odeio ser assim. Será que sou a única neurótica no mundo que pensa que se odeia? Será que mais ninguém ouve a consciência a dizer que se odeia? Será que isso faz de mim menos normal? Não posso ser muito normal de qualquer das maneiras, não se depois de tudo que se passou, ainda estou a pensar no nada. Isto não é nada, pois não? Tenho tanta pena disso. Podes vir buscar-me amanha? Acho que não vens. Vou ver coisas fúteis na televisão e não vou pensar. Não quero pensar mais, estou cansada. Espero que me venhas buscar amanha, mas não te vou dizer. Espero que adivinhes. Amanha e depois.