segunda-feira, 29 de junho de 2009

Filmes

Um pedaço de carne sem profundidade é o que me sinto. Matar o tempo com realidades diferentes da minha ajuda-me a pensar. Elas acabam e sou arrastada para este fundo de nada. Vejo mil e um filmes por dia para não pensar em tudo. Sinto-me fraca e fatalista, sem direito a estar assim. Não consigo, eventualmente há sempre uma parte do dia assim. Na verdade não tenho mesmo direito a estar assim, neste estado de depressão de mente. Nada disto é culpa de alguém. É minha, o que não me ajuda a melhorar. Tudo acontece, e eu simplesmente não estou a conseguir engolir tudo. Parece uma bola de pelo entalada na minha garganta. Sinto-me um pedaço de nada por estar assim, por não ser tanto como achava que ia ser. Merda de expectativas que criei na cabeça, tudo isto é resultado dos fracassos que vieram delas. Expectativas para mim, para ti, para o mundo todo que me rodeia. Se tudo fosse uma pelicula de filme, a probabilidade de tudo melhorar num curto periodo tempo era muito maior. Merda de expectativas que me prendem, e me fazem duvidar de tudo. Quero fujir e sei que não o vou fazer. Chego à conclusão que sou mesmo fraca e faço tudo para não o parecer. Pelo menos isso, odeio olhos de pena. Tenho medo deles.

Um comentário:

code disse...

este é mais um daqueles sentimentos que escreves e que tantas vezes podiam ter servido (e este serviu) para textos meus.

como (acho que) te percebo Mafalda!! Eu estou a lutar o mais que posso contra mim mesmo para evitar o estado fatalista que retratas no texto e no qual eu tantas vezes me encontro. posso não conseguir, mas vou conseguir! ;)

por falar em filmes, acabei de ver um há uns dias que me inspirou bastante. o Hair de 1979 que retrata parte do movimento hippie, que para além de uma boa história tem uma banda sonora fantástica, pormenores de classe e uma mensagem global (segundo a minha interpretação obviamente) poderosa e que me transmitiu esperança e (ainda mais) vontade de mudança.
talvez gostes de o ver :)

grande abraço,
André.