Deparo-me com a vontade de insultar o sentimento. De o agarrar com os dentes e desfazer em pedacinhos bem pequenos. De o cortar e de o partir. Metáforas que poderiam ser reais e só se pensam de quando em quando. Se o pudesse mesmo esfarrapar, não o pensava, não o sentia mais. Sinto e sinto e sinto mais um pedaço enorme. Sinto e continuo a sentir porque ele assim é. Podem arrancar-me, desfazer-me, esfarrapar-me mas sinto e com mais intensidade.
Chego à conclusão que somos todos masoquistas. A dor persegue-nos de qualquer modo, acostumamos-nos a ela, e quando pára, fazemos por tê-la de volta. Estamos viciados. Ou apenas eu?
Quero mesmo destruí-lo, acabar com ele de uma vez. O insucesso é notório. Quanto mais penso, mais sinto. Quanto mais sinto, mais penso. É um ciclo vicioso. Estou presa e não sei como sair. Tenho razoes para o querer destruir. E não consigo. E ninguém o faz por mim.