Longinquo o sonho da saudade,
cego de paixão pela ilusão,
de tempos da proximidade,
dos nossos corpos na paixão
Loucura dos abraços e traços,
que senti nos teus olhos de doçura,
o doce perfume da loucura.
Quando te tinha nos meus braços.
Saudade a palavra consagrada,
feita do nosso sentir,
do nosso amado sofrer,
por amor, por sofrer, por sentir.
Sei por instantes que nunca o vais ler,
nos meus olhos ou no papel,
nos meus actos ou em tintas de pastel,
o amor cronico a que nunca vais corresponder.
Sei por instantes que foi inútil,
o tempo ou a convivência,
os beijos ou a reticencia,
a saudade ou o sofrimento.
Dito ou nao dito,
os teus olhos continuam a mostrar ,
o eterno desconhecer do misterio,
que neles guardas sem revelar.
A ti, meu anjo,
meu improvável amor,
espero, por instantes que nunca o leias,
nos meus olhos, o meu calor.
quinta-feira, 6 de março de 2008
sábado, 1 de março de 2008
Não sei que titulo
Tento inevitavelmente distrair-me. Faço mil e uma coisas, e não consigo. A televisão parece que goza comigo, e o seu programa sádico-romântico. Tento não pensar em nada, ou em tudo, e sempre tudo se liga ao que não quero pensar. Normalmente escrever dá-me alguma sensação de alivio, e não consigo. Penso no mesmo desde ontem à noite, e não sei o que pensar. Não sei se te odeio porque descobri que afinal gosto mais de ti do que pensava, ou se te odeio porque és tu. Se calhar odeio-te porque és tudo, e não és nada. Não sei no que penso. Sei que penso que o mal é meu, e provavelmente tenho razão. Apenas não sei qual deles é que faz toda a gente se afastar. Não sei. Não sei nada, e isso deixa um vazio tao grande, tão profundo. Não sei o que digo, não sei o que faço, e não sei porque choro. Não sei porque acontece isto sempre comigo, não sei porque não tenho sorte ou porque não sei escolher. Não sei nada, o que faço mal ou bem. Nada. Não percebo nada. Quando somos crianças ensinam-nos a ser boas meninas, a ser honestas e a não mentir, enquanto nos deviam ensinar precisamente o contrario, já que a maior parte do mundo joga pelas regras exactamente contrárias. Nem sei o que escrever, ou o que falar ou que comer ou se comer. Tento inevitavelmente parecer reconfortada com as palavras reconfortantes, e não me sinto. Tento esquecer, e não resulta. Sei que isto vai passar, sei que tudo passa, até porque não é a primeira vez. A frustração é tao grande, e o meu desentendimento também, que não sei quanto tempo mais vou andar nesta roda viva, sem encontrar local seguro. Sinto que ninguém me compreende, nem eu. Espero que mude, ou o mundo ou eu. Mas a esperança já não é muita. Sinto-me ridícula a dizer isto, ou a pensar sequer, mas é a minha verdade. Não sei quanto mais disto consigo aguentar. Não sei.
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