Queria ser á prova de bala. Á prova de balas fortes que me atingem o coração quando menos espero. Á prova de abalos, de pequenos parasitas que invadem a minha calma. Á prova do que me consome a alma e me faz ficar murcha como uma flor que foi esquecida. Queria ser tudo o que não sou e nem sei o que quero desejar e amar. Queria saber o que procuro, mas as balas que cada vez mais me atingem a velocidades estrondosas, impedem a minha busca de razão. Estas pequenas balas que ninguém vê, e só eu as sinto. Magoam cada vez mais, uma mais que a anterior e assim perduram numa sucessão de barulhos ensurdecedores, mas silenciosamente dolorosos. Queria ter defesas para estes pequenos sugadores de alma, que me vão deixando mais vazia. Queria saber o que sabem os que já não são inocentes. Queria saber como reagir e mudar o rumo que estou a tomar. Queria ter coragem, muita coragem, como se não tivesse medo de nada nem dessas balas que sempre me rodeiam. Queria, queria, queria. Mas não parece haver maneira de deixar de ser o alvo destas balas simplesmente malditas.
Será que se continuar imóvel, à espera da razão ela chega e torna-me resistente ao sofrimento? Queria saber o que fazer.
Um comentário:
e eu acho que sabes...
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