Inércias desesperadas de um tempo que pára quando é necessário que passe. Uma página que não vira mesmo pela violência frustrada da minha mão. Um beijo que roda na cabeça de alguém demasiado cego da estupidez amorosa que o faz deixar de raciocinar com a clareza dos vividos. Uma lembrança marcada nos passos do presente que traça um caminho com falhas e um futuro com quedas. Palavras sem sentido, ditas pelo homem do lado, apenas da boca para fora, cuspidas das suas entranhas, sem sentido como o silencio que o rodeia. Um mundo irreal que roda monotonamente, sempre, sempre, mesmo que tudo nele pareça parado. Tudo na sua normalidade irritante, reconfortante para uns, e extremamente enfadonha para mim. Uma banalidade assustadora que corre pelos meus olhos todos os dias. A não novidade de uma vida vivida á espera de algo que não acontece. Algo que não sustenta o ar que respiro, mas que dá a esperança errada suficiente para continuar a acreditar. Farta de saber que ela acaba antes da morte, e viver uma vida sem cor é possível mesmo para o mais estúpido apaixonado. Filmes e poemas de amores impossíveis, e novidades diárias, e descobertas brilhantes e um mundo de hipóteses, que não existe. Tudo é falso. Restam-me pelo menos algumas certezas de amor amigável de alguns, e as incertezas dos que se aproximam, e pouco mais, que podem sustentar a minha ilusão durante mais uns tempos. A incerteza ainda se apodera de mim, mas serei felizmente acordada desta inércia ridícula, amanha, quando o sol raiar no horizonte, e o mundo rodar na sua rotina, saberei que afinal tudo não passou de um momento que passou muito lentamente, mas não parou. Afinal tudo se movimenta, lentamente, felizmente.
2 comentários:
Pah, não sei como és capaz de escrver coisas destas a esta hora da noite...
a minha cabeça já não pra isto. Ag só consigo pensar em : "Olhe, eu bim do Bombarrale, da excursão que beio do Bombarrale, pa ber o túnel. E acho um escândalo que a Câmara Municipal, ninguém fala disto, que a Câmara Municipal não permite que as pessoas façam piqueniques dentro do túnel. Então pra qué que serbe o túnel?! É o que eu benho aqui perguntar, pra qu’é que serbe o túnel?! Serbe prós carros?? Digo-lhe já: é mal empregado! Então faz-se uma obra rodobiária destas e depois é pós carros?! É uma escândalo isto que tá a acontecer. Porque eu tenho no, na camioneta, tenho seis ou sete trampoéres com bifanas em binhas, em binhas d’alho, e bou ter que as levar de bolta pó Bombarral porque não tenho ond’as fazer. Porque a Câmara constrói uma sombrinha destas, bonita, com azulejos, prás pessoas estarem, poderem conbersar e combiber, ... e comer. E depois é pós carros, pa meter lá os carros, os carros que andem na estrada!! Se é pós carros, os carros que andem na estrada! Agora eu quero estar sossegado, a combiber e tenho carros a passarem e não me deixam fazer o piquenique. Isto é brincar com a bida das pessoas!! E dos porcos! Qu’eu tibe de matar um pa lhe sacar as bifanas do lombo! "
LOOOOOOOOOOOOOOL
Besito**
Fantástico :)
Muitos Parabéns!
Abraço,
André.
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